O evento de filiação do secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ao PP, na quinta-feira, teve esforços por demonstrar harmonia na base aliada de Tarcísio de Freitas com vistas às eleições de 2026.
Em seus discursos, líderes do PP e o próprio Tarcísio agradeceram a Valdemar Costa Neto, presidente do PL, por liberar Derrite para voltar ao partido. A generosidade de Valdemar tem como pano de fundo um acordo para que o PL indique um candidato ao Senado e o PP, o outro — no caso, o próprio Derrite.
Políticos paulistas, no entanto, veem adiante um limite a tanta camaradagem: a definição do rumo que Tarcísio vai tomar em 2026. Se o governador for candidato à Presidência, aposta-se que serão duras as negociações pela cabeça de chapa ao Palácio dos Bandeirantes.
Na própria quinta-feira, afinal, Ciro Nogueira, presidente do PP, disse que, nessa situação, defenderá o nome de Guilherme Derrite. No dia seguinte, o PL divulgou na TV um vídeo para encher a bola do presidente da Assembleia Legislativa, André do Prado. O PSD tem como potenciais candidatos o vice-governador, Felício Ramuth, que assumirá o governo caso Tarcísio renuncie para concorrer ao Planalto, e o todo-poderoso Gilberto Kassab. No MDB, o nome cogitado é o do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.
Mesmo que Tarcísio concorra à reeleição, com PP e PL preenchendo as duas candidaturas ao Senado, disputas internas não estão descartadas — nesse caso, pela vaga de vice, com o partido de Jair Bolsonaro de olho no posto.