O ex-presidente Jair Bolsonaro admitiu perante o STF que cogitou decretar estado de sítio ou GLO (Garantia da Lei e da Ordem) depois que foi derrotado nas eleições de 2022 como alternativa para permanecer no poder. Em depoimento, ele afirmou que procurou comandantes das Forças Armadas e auxiliares próximos para falar do assunto.Isso teria acontecido após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter negado o pedido do PL, partido do ex-presidente, para anular parte dos votos dados no segundo turno. O tribunal aplicou uma multa à legenda no valor de R$ 22 milhões por má-fé.

“Sobrou para gente buscar uma alternativa na Constituição. Não foi discutido, foi conversado hipóteses de dispositivos constitucionais. Nada foi assinado”, explicou Bolsonaro.

O ex-presidente negou ter recebido ou alterado a chamada minuta golpista, como afirmou em depoimento seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel Mauro Cid.

“As conversas eram bastante informais. Era conversa informal para ver se existia alguma hipótese de um dispositivo constitucional para a gente atingir o objetivo que não foi atingido no TSE. Isso foi descartado na segunda reunião”, declarou ao STF.
Bolsonaro negou ter tentado dar um golpe de Estado: “Da minha parte nunca se falou em golpe, é uma coisa abominável. É fácil começar, mas o “after day” é que é simplesmente imprevisível”.