Jair Bolsonaro disse que, se o golpe de Estado de que é acusado de planejar tivesse de fato sido elaborado, precisaria de financiamento — o que, segundo ele, não ocorreu. No entanto, segundo seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, o “pessoal do agronegócio” teria financiado ações para uma tentativa de golpe.
Durante seu depoimento ao STF, nesta terça-feira, 10, Bolsonaro quis minimizar todas as ações empreendidas após sua derrota na eleição de 2022. O ex-presidente disse que não tinha “momento” para golpe, porque a ruptura não era apoiada por diversos setores da sociedade, como o agronegócio.
Bolsonaro só esqueceu de que caminhoneiros, muitos orientados por empresários do agro, bloquearam as estradas por diversos dias em pelo menos 18 estados do país.
Esqueceu que o agro financiou os acampamentos golpistas e enviou manifestantes para Brasília no 8 de Janeiro.
E mais: segundo Cid, o “pessoal do agro” entregou dinheiro a um “kid preto” para financiar as ações para um golpe de estado:
“O general repassou diretamente ao então major Rafael de Oliveira dinheiro em uma sacola de vinho, que serviria para o financiamento das despesas necessárias à realização da operação”, disse Cid em depoimento à PF em dezembro do ano passado.
A ação planejava matar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, que também presidia o Tribunal Superior Eleitoral à época.