Um estudo que avalia a transição do mercado de petróleo e gás em diferentes países, que será lançado nesta quarta-feira, 2, classifica o Brasil com uma capacidade moderada de transição energética, devido à sua dependência socioeconômica do setor de petróleo e gás. O levantamento aponta, sobretudo, os desafios que o país terá que enfrentar nessa transição.
O estudo destaca a necessidade de um planejamento estratégico até a COP30, que acontecerá em novembro em Belém, no Pará. A análise reforça a importância do país no debate internacional sobre mudanças climáticas e a urgência de desenvolver um plano concreto para a transição energética.
De acordo com o levantamento, os Estados Unidos são o país que mais contribuiu com emissões nos setores de energia e indústria, seguidos por China, Rússia e Alemanha. A Rússia é apontada como a economia menos eficiente na redução da intensidade de emissões, enquanto a Noruega é referência na diminuição das emissões no setor de petróleo e gás.
O estudo também apresenta cinco sistemas essenciais para garantir a descarbonização global no setor de petróleo e gás: planejamento para reduzir emissões de metano, eliminação da queima não emergencial, eletrificação de instalações upstream (como plataformas de petróleo), adoção de tecnologias de captura e armazenamento de carbono e ampliação do uso de hidrogênio de baixa emissão em refinarias.
O levantamento, intitulado “Transitioning away from fossil fuels in energy systems” — "Transição dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia" em português, foi encomendado pela Secretaria Nacional de Mudança do Clima, do Ministério do Meio Ambiente (MMA), com apoio do Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) e do Instituto Clima e Sociedade (iCS). A consultoria Catavento foi responsável pela elaboração do estudo, que analisou onze países de sete regiões diferentes.