O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) decidiu reabrir o caso da aquisição da farmácia Cuidamos pelo Mercado Livre. O despacho, assinado nesta quarta, 15, cria um novo processo para investigar se a empresa omitiu informações ao Conselho ao afirmar que não pretende atuar no varejo de medicamentos. A apuração atende a pedido da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que questionou a veracidade das explicações do marketplace.

A nova frente de investigação vai analisar trocas de e-mails entre a Abrafarma, o Mercado Livre e a própria farmácia adquirida. Se o Cade concluir que a empresa foi imprecisa ou omitiu dados relevantes, a decisão que liberou a operação poderá ser cassada; e o Mercado Livre, multado.

O caso é acompanhado pelo conselheiro Gustavo Augusto e volta a tensionar a relação entre a autarquia e o setor farmacêutico. Para a Abrafarma, a compra mascarou a entrada do marketplace em um segmento regulado pela Anvisa. O Mercado Livre nega irregularidades e afirma apenas a intenção operar como intermediário na venda de medicamentos.

Em nota, o Mercado Livre esclareceu que o despacho emitido pelo Cade é “apenas um procedimento de Solicitação de Análise de Informações que precisa receber um número diferente de autos”

Ele tem como objetivo analisar as alegações da Abrafarma, com relação às quais o Mercado Livre reitera que são infundadas, e as trocas de e-mails entre a Abrafarma e o Cade e entre o Mercado Livre e o Cade.

“O Mercado Livre reforça, como tem feito desde o início do processo de aquisição da farmácia, que atua sempre em conformidade com a legislação vigente”.