O ministro Fernando Haddad (Fazenda) acredita que após o estresse vivido no mercado de câmbio no final de 2024, a cotação da moeda norte-americana deverá entrar no que ele classifica de “um processo de acomodação natural”. Haddad destaca que a desvalorização registrada em dezembro não foi exclusividade da moeda brasileira, o real, mas um movimento que atingiu vários países.
Com a virada do ano, dele defende que “é natural que as coisas se acomodem” e cita notícias recentes vindas dos EUA que apontam uma posição mais moderada do novo presidente Donald Trump em relação às declarações de campanha.
O cenário internacional, pautado sobretudo pela expectativa da nova gestão Trump e possíveis tensões com importantes economias, entre elas a China, foi fonte de boa parte das tensões financeiras no apagar das luzes de 2024. Mas o cenário doméstico também teve peso relevante. Em especial, diante das discussões sobre o crescimento da dívida pública e as medidas anunciadas pelo governo federal para equilibrar as suas contas.
Haddad suspendeu a folga programada para essa semana e voltou a Brasília para despachar com o presidente Lula sobre a economia. Segundo ele, no encontro, foi discutido o orçamento de 2025, que ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.
Ao sair da conversa, o ministro reforçou ainda a confiança no regime câmbio flutuante e descartou boatos de que o governo estaria pensando em medidas específicas para tentar segurar a cotação do dólar, evitando a desvalorização do real, como elevação de impostos sobre operações financeiras. Nesta segunda-feira, o dólar comercial fechou em queda de 1,09%, cotado a R$ 6,114.