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Campos Neto diz que polêmica com Lula o ajudou a sair da zona de conforto

Se despedindo do BC, ele também negou especulações sobre reunião extraordinária para avaliar nova alta de juros

O presidentedo Banco Central, Roberto Campos Neto
Foto: Jose Cruz/Agência Brasil

Um semblante aliviado, mas com um quê de “poderia estar melhor”. Roberto Campos Neto, encerra sua era de 6 anos à frente do Banco Central nessa sexta-feira, 20. Vai tirar uns dias de recesso e já deixará Gabriel Galípolo na cadeira interinamente até o dia 31. A partir de janeiro, ele assume oficialmente o comando da autoridade monetária.

Um dos presidentes mais longevos do BC, Campos Neto disse, em tom de descontração, ao participar de um café da manhã com jornalistas nessa quinta-feira, 19, na sede da instituição, que poderia “estar mais tranquilo nesse final de ano”, numa referência ao estresse vivido no mercado de câmbio nas últimas semanas. Mas, ainda assim, sai com aquela sensação de dever cumprido.

Lula
“O país avançou com reformas e ganhou institucionalmente”. Alguma mágoa nesse período, em especial, do presidente Lula, que fez duras críticas à atuação do BC desde que assumiu a presidência, em 2023, e até mesmo ataques à pessoa de Campos Neto, a quem chamou de “adversário político”?

“Todos os BCs passam por esse tipo de pressão. Eu sofri um pouco mais, mas tem um elemento novo que é positivo porque quando você passa por isso que passei, você sai da sua zona de conforto e estuda bem mais”, disse. Nesse aspecto, os atritos com Lula “fez bem”, admite.

Bastante político ao fugir de temas polêmicos, riu das perguntas sobre as especulações do mercado de que o Banco Central poderia fazer uma reunião extraordinária do Comitê de Política Monetária (Copom) para avaliar nova alta de juros, diante de novo estresse no mercado de câmbio. “Quem disse isso”, reagiu.

Mais tarde, durante entrevista coletiva, tanto Campos Neto quanto o futuro presidente da institução, Gabriel Galípolo, negaram. “Eu adoraria até fazer mais uma reunião com o Roberto. Talvez, isso pudesse me seduzir, mas como eu disse, acho que demos um passado claro e transparente, de colocar a taxa de juros num patamar restritivo. O guidance tem uma barra alta”, afirmou Galípolo.

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