A Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) lança nesta terça-feira, 20, seu relatório anual sobre a violência contra os profissionais de imprensa. O documento contabiliza 144 ataques, o menor número desde 2018. Apesar do recuo de 20,44% em relação ao ano passado, os números apontam para o crescimento de práticas de cerceamento, como a censura e o assédio judicial.

Os casos de censura aumentaram de cinco episódios, em 2023, para 11 casos em 2024. Já o assédio judicial, que consiste no uso abusivo de processos legais para constranger jornalistas, correspondeu a 15,97% dos episódios em 2024.

Dos 144 casos de ataques, 30 envolvem violência física. Pela primeira vez desde o início da série histórica, jornalistas de mídias digitais superaram os da televisão como principais vítimas de violência. Foram 63 ataques a profissionais digitais, contra 34 da TV, sinalizando o novo foco dos agressores nos canais de jornalismo independente, blogs e portais.

O relatório documenta dezenas de episódios concretos, como a agressão à jornalista Naíme Carvalho, da TV Amazônia, durante transmissão ao vivo; a tentativa de atropelamento de jornalistas da TV Serra Dourada; e a hostilização da repórter da CNN Brasil Isadora Aires durante evento em Santa Catarina. Também é citado o ataque sofrido pela jornalista Natuza Nery, ameaçada por um policial civil em um supermercado em São Paulo.