Está em curso um levantamento nacional para identificar e estimular oportunidades de empreendimentos da chamada economia solidária: associações, cooperativas e grupos, onde os próprios trabalhadores gerem suas atividades produtivas. Conduzida pela Secretaria Nacional de Economia Popular e Solidária, do Ministério do Trabalho, a coleta de dados é feita por cerca de 500 agentes.
A chamada economia solidária tem se consolidado como alternativa de modelo de desenvolvimento, gerando empregos e estimulando o comércio local, contou à coluna Gilberto Carvalho, chefe de gabinete de Lula em seus dois primeiros mandatos (2003 a 2010) e secretário-geral no primeiro mandato da então presidente Dilma, hoje à frente da Secretaria.
São negócios geridos pelos próprios trabalhadores, entre os quais o artesanato, a reciclagem, a agricultura familiar, as confecções e os prestadores de serviços.
“A economia solidária é oriunda da economia de setores populares, que, em geral, ocupam parte da informalidade no País”, explicou Carvalho.
O secretário disse que o levantamento, além da atualização do cadastro, vai identificar movimentos econômicos solidários no país, possibilitando apoiar sua organização, por meio de formação técnica e de instrumentos digitais para a organização, e a sua inclusão nas políticas públicas.
Em 2013, o cadastro somava 27 mil empreendimentos econômicos solidários no Brasil, abrangendo algo em torno de dois milhões de trabalhadores — 75% mulheres — em mais de três mil municípios. Em 2022, essas atividades movimentaram uma renda anual estimada em mais de R$ 65 bilhões, ou 2% dos rendimentos do trabalho naquele ano.
Hoje, no Palácio do Planalto, Lula vai abrir a quarta Conferência de Economia Popular e Solidária, que vai reunir em torno de mil delegados nacionais. Transcorridos mais de dez anos desde a última edição, o desafio é fechar diretrizes e programas para o 2ª Plano Nacional de Economia Popular e Solidária.