Uma manobra orientada pela cúpula do União Brasil foi determinante para a rejeição do relatório do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR), favorável à manutenção do mandato da deputada Carla Zambelli (PL-SP), na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara na tarde desta quarta-feira, 10. Foram 32 votos contra o texto, 27 a favor e 2 abstenções.
Esse resultado só foi possível porque a direção do União Brasil substituiu os deputados que votariam a favor do relatório por parlamentares contrários à manutenção do mandato. A posição do partido foi motivada por uma avaliação de que não seria recomendável absolver a parlamentar e cassar o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), que deve ter o processo levado a plenário ainda nesta quarta. Zambelli está presa na Itália após ser condenada por invadir, por meio de um hacker, o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
Por orientação do líder do União Brasil, Pedro Lucas Fernandes (MA), saíram da comissão os deputados Alfredo Gaspar (AL), Coronel Assis (MT), Delegado Marcelo Freitas (MG), e Nicoletti (RR), e entraram Benes Leocárdio (RN), Meire Serafim (AC), Moses Rodrigues (CE), Vanderlan Alves (CE) e o próprio líder, Pedro Lucas Fernandes (MA).
Com a rejeição, o deputado Claudio Cajado (PP-BA) apresentou um parecer alternativo, a favor da cassação, aprovado por 32 a 2. As votações no Plenário dos processos contra Zambelli e Glauber estão marcadas para a tarde desta quarta em um clima de tensão. Grupos a favor do deputado Glauber protestaram no anexo 2 da Câmara.
Diante dos protestos, a Polícia Legislativa fechou a entrada do anexo e está impedindo os manifestantes de avançarem até o Salão Verde, que foi palco de confusão na noite de terça, enquanto a Câmara votava o projeto da dosimetria, que reduz pena para os condenados pela tentativa de golpe de Estado, inclusive para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ).
