Cobrado pela OAB a dar explicações no STF a respeito de ataques que fez à advocacia na CPI mista do INSS, o deputado bolsonarista Zé Trovão, do PL de Santa Catarina, pediu desculpas nessa quinta-feira, 13.

Em 6 de outubro, durante a oitiva de Fernando Cavalcanti, ex-sócio do advogado Nelson Wilians, na CPI, Zé Trovão acusou ambos de lavarem de dinheiro e disse que “é para isso que servem esses escritórios”.

“Quando o cara quer roubar, ele procura duas entidades: a que quer fazer o roubo com ele e a que vai lavar o dinheiro para ele, e, normalmente, são escritórios de advocacia”, completou.

Interpelado pela OAB nacional no Supremo, o deputado agora se retratou e reconheceu que sua declaração “pode ter sido interpretada de forma generalizada e ofensiva à advocacia”. A defesa de Zé Trovão afirmou que as falas dele foram feitas “no calor do debate parlamentar e que não teve a intenção de ofender a honra de nenhum advogado ou da instituição”.

O bolsonarista catarinense ainda afirmou ter “enorme consideração pelos advogados do Brasil” — imagina se não tivesse — e reconheceu que, se não fosse pela atuação de seus defensores, “não estaria hoje em liberdade e nem teria condições de disputar a última eleição”.

A interpelação protocolada no STF apontou que o deputado bolsonarista “atinge a honra objetiva da classe e o prestígio institucional da OAB” e pediu explicações a ele em oito pontos sobre suas declarações. Esse tipo de ação é o primeiro passo para que seja proposta uma queixa-crime — nesse caso, pelo possível delito de difamação.

A ação foi assinada pelo presidente da OAB, Beto Simonetti, outros membros da diretoria e os 27 presidentes da entidade nos estados. O relator no STF é Cristiano Zanin.