O anúncio de novas tarifas pelos Estados Unidos colocou em alerta a indústria de móveis do Brasil. Em publicação nas redes sociais, o presidente Donald Trump informou nesta sexta-feira, 26, uma sobretaxa de 50% na importação de armários de cozinha e móveis de banheiro, além de tarifa de 30% para móveis estofados.

Ao PlatôBR, Cândida Maria Cervieri, diretora-executiva da Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), disse que o setor aguarda a publicação de uma ordem executiva do governo americano detalhando a medida para fazer uma avaliação técnica e verificar o impacto econômico para as empresas.

Em 2024, a indústria de móveis exportou US$ 850 milhões para os Estados Unidos e, até julho de 2025, US$ 500 milhões foram vendidos. Segundo Cândida Cervieri, o mercado americano é o principal destino dos produtos brasileiros e representa 30% do que é vendido para o exterior.

As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos no setor de móveis têm mais de 25 anos, disse a diretora-executiva da Abimóvel. Entre os modelos de negócios desenvolvidos por empresas brasileiras no mercado americano existem centros de distribuição instalados no país, lojas próprias e representantes comerciais em 13 estados. Antes do anúncio da sobretaxa, estava prevista a abertura de novas unidades. Agora, o clima é de incerteza. 

“Embora os Estados Unidos representem 30% do destino das exportações para as empresas do Brasil, na balança comercial dos Estados Unidos os móveis brasileiros não chegam a 1% do que é importado. Não somos a principal ameaça. A China, por exemplo, é um grande exportador para os Estados Unidos”, disse.