O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, está no centro do maior escândalo surgido dentro do governo no terceiro mandato de Lula. Nos próximos dias, Lupi continuará nos holofotes para explicar a demora em intervir no sistema que permitiu fraudes superiores a R$ 6 bilhões no INSS. As revelações da Polícia Federal sobre os descontos irregulares nas aposentadorias atingiram o governo em uma área sensível e deram munição eleitoral para a oposição.

A Comissão de Fiscalização e Controle convidou Lupi para prestar informações nesta terça-feijra sobre os fatos investigados pela PF. No fim de semana, o ministro negou em entrevistas que tenha sido omisso, embora tenham surgido provas de que desde ele tinha conhecimento de denúncias internas sobre descontos ilegais praticados contra aposentados. O ministro alega que as irregularidades começaram no governo anterior e que tomou providências para apurar o caso.

No Palácio do Planalto, o discurso adotado segue a mesma linha, com ênfase na origem das fraudes, em 2019, no mandato de Jair Bolsonaro. Mas ainda faltam explicações para o expressivo aumento no atual governo dos descontos feitos sem a autorização dos aposentados.

Dino pede explicações de líder do PL sobre acordo para distribuição de emendas
Outro político que terá de prestar esclarecimentos nesta semana é o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), sobre declarações que deu a respeito de um suposto acordo com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para a distribuição de emendas parlamentares de comissões. Em entrevista, o deputado ameaçou romper uma combinação que, segundo ele, fez com Motta.

Pelo pacto, segundo Sóstenes, os partidos dos presidentes de comissões da Câmara teriam controle sobre 30% das emendas do colegiado, e os outros 70% seriam divididos pelo comandante da Câmara entre os partidos. No entendimento de Dino, que esse tipo de acordo contraria decisões do STF sobre as verbas parlamentares.

Sóstenes deu a declaração em retaliação à resistência de Motta em pautar o projeto que anistia os responsáveis pela tentativa de golpe de Estado na transição de governo. Principal defensor do perdão dos envolvidos nos ataques à democracia, o deputado do PL está incomodado pelo fato de a proposta ter sido escanteada pelo presidente da Câmara.

STF conclui julgamento sobre prisão de Fernando Collor
O Supremo deve concluir nesta segunda-feira, 28, o julgamento virtual sobre a prisão do ex-presidente Fernando Collor, condenado a 8 anos e dez meses, em regime inicialmente fechado, por recebimento de propina investigada a partir da Operação Lava Jato. Os ministros já formaram maioria pela manutenção da prisão decidida na última sexta-feira por Alexandre Moraes, relator do caso.

Ainda faltam votar nesta segunda Gilmar Mendes, Luiz Fux, Nunes Marques e André Mendonça. Cristiano Zanin se declarou impedido por ter atuado na defesa do presidente Lula nas acusações relacionadas à Lava Jato. O placar iniciou o dia em 6 a zero contra Collor. Em audiência de custódia com Moraes, Collor pediu para não ser transferido de Maceió para Brasília.

Ministros de relações exteriores do Brics se reúnem no Rio de Janeiro
Na política externa, as atenções do Brasil estão voltadas nesta segunda-feira, 28, e na terça para a reunião no Rio de Janeiro dos ministros das Relações Exteriores dos países do Brics. O encontro deve centrar as atenções na construção de um documento que reafirme a importância do multilateralismo e condene o tarifaço unilateral imposto ao mundo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

A reunião será preparatória do encontro dos chefes de Estado do BRICS, marcada também para o Rio de Janeiro para os dias 6 e 7 de julho. O Brasil preside o grupo até 31 de dezembro deste ano.