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Com Sidônio, expectativa é de ampla mudança na comunicação do governo

Marqueteiro pediu carta branca ao presidente e já levou auxiliares para conhecer a atual estrutura da Secom

Foto: Divulgação
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Após a confirmação do publicitário Sidônio Palmeira como como novo ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República, nesta terça-feira, 7, em substituição a Paulo Pimenta, a expectativa no Palácio do Planalto é sobre uma possível mudança geral na estrutura de comunicação do governo.

Outras possíveis substituições são aguardadas após as especulações que antecederam a nomeação do publicitário. Um dos nomes citados foi o do atual secretário de Imprensa, José Chrispiniano, que poderia ir para alguma outra área do governo. Ninguém no Palácio, no entanto, foi informado oficialmente sobre essas outras possíveis mudanças, de acordo com auxiliares do governo.

Sidônio dizia, até a segunda-feira, 6, antes de bater o martelo com o presidente Lula, que queria carta branca para comandar a comunicação. Era uma condição imprescindível para aceitar o cargo, segundo ele havia revelado, em conversas com pessoas próximas. Ainda não está definido o destino de Pimenta, que é deputado federal pelo PT do Rio Grande do Sul. Ele pode ir para a Secretaria-Geral da Presidência.

Visita da nova equipe
Ele levará para o Palácio do Planalto sua própria equipe. Já na segunda-feira, antes de ser confirmado como novo ministro, levou para conhecer a atual estrutura de comunicação do governo o seu braço direito, Thiago César, que também comandou campanhas políticas próprias na Bahia.

Sidônio anunciou que “agora, começará o segundo tempo da gestão Lula 3”. Engenheiro de formação, o responsável pela campanha de comunicação de Lula em 2022, tem uma grande experiência no mercado publicitário. Para os amigos, costuma enfatizar que não gosta do termo marqueteiro.

Na segunda-feira, 6, ele dizia faltar ainda alguns detalhes para a sua nomeação. Queria saber exatamente o que o presidente iria propor e quais eram “as condições” para assumir o cargo.

Em conversas recentes, Lula manifestou o desejo de tê-lo bem mais próximo, para melhorar a comunicação de seu governo. O objetivo do presidente é cuidar da imagem de olho na disputa de 2026, após as eleições municipais nas quais o PT não conseguiu bons resultados. Sidônio foi um dos responsáveis por preparar o anúncio do plano de corte de gastos de dezembro, apresentado pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda).

Quem é Sidônio
O marqueteiro foi responsável também pela campanha presidencial de Fernando Haddad, em 2018. Na ocasião, experimentou as reclamações do novo chefe: na biografia que escreveu do presidente, o jornalista Fernando Morais diz que Lula criticou a estratégia por esconder demais o PT.

A ascensão de Sidônio Palmeira em campanhas petistas teve forte influência do partido na Bahia. Ele foi responsável por campanhas vitoriosas, para o governo do estado, do hoje senador Jaques Wagner e do atual ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.

Apesar de ter sido um dos responsáveis pelo enfraquecimento do império político de ACM, Sidônio, curiosamente, tem laços com a família Magalhães. É sócio do ex-prefeito de Salvador ACM Neto e de uma irmã dele em diferentes negócios imobiliários. Também tem empreendimentos no setor agropecuária.

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