Os advogados de quatro militares acusados de tramarem um golpe de Estado não se contentaram em negar participação no crime: disseram que estavam reunidos em 28 de novembro de 2022 para uma confraternização de fim de ano, e que tudo não passou de conversa de bar. Perante o STF, acrescentaram que os chamados kids pretos são amigos e promovem reuniões desse tipo com frequência.
Na sessão de terça-feira, 20, as defesas dos militares disseram que a famosa reunião não passou de um convescote. Segundo as investigações, na ocasião, integrantes da Forças Especiais teriam elaborado uma carta para pressionar generais pela ruptura democrática.
Em depoimento prestado no acordo de delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid se referiu à reunião como “conversa de bar”. As defesas dos kids pretos se apoiaram nesse depoimento para reforçar suas versões. Essa tese foi usada pelos advogados dos coronéis Fabrício Moreira de Bastos, Bernardo Romão Corrêa Netto e Márcio Nunes de Resende Júnior, além do general Nilton Diniz Rodrigues.
“A reunião nos remete à delação premiada onde o colaborador foi muito claro: ‘Foi uma conversa de bar’. O próprio colaborador fala que em momento algum se tratou de golpe, de ruptura institucional”, disse o advogado de Corrêa Netto, Ruyter de Miranda Barcelos
“Esses Forças Especiais sempre se reúnem”, afirmou o advogado Rafael Favetti, contratado por Resende Júnior. “Essa reunião só pode ser mesmo tratada como uma conversa de bar”, completou o advogado Cleber Lopes de Oliveira, que defende Diniz Rodrigues.
Ao todo, 12 acusados têm a denúncia analisada pelo STF na terça-feira, 20, sendo onze militares. Além dos quatro citados, estão no grupo Cleverson Magalhães (coronel), Estevam Theophilo (general da reserva), Hélio Ferreira Lima (tenente-coronel), Rafael Martins de Oliveira (tenente-coronel), Rodrigo Bezerra de Azevedo (tenente-coronel), Ronald Ferreira de Araújo Júnior (tenente-coronel), Sérgio Ricardo Cavaliere (tenente-coronel) e Wladimir Matos Soares (policial federal).