Em decisão unânime, o Copom (Comitê de Política Monetária) manteve nesta quarta-feira, 5, os juros inalterados em 15% ao ano pela terceira reunião consecutiva. A manutenção da Selic no mesmo patamar era amplamente esperada pelo mercado. No comunicado, os diretores do Banco Central não suavizaram o discurso que vinham adotando até agora. O texto sinaliza que a taxa só deve começar a cair após a reunião de março de 2026.
Como mostrou o PlatôBR, uma parte dos analistas apostava que a retirada do trecho do comunicado que afirma que o Copom retomará o ciclo de alta de juros se for necessário seria uma sinalização para o início do processo de cortes. Entretanto, isso não ocorreu – a frase foi mantida no texto.
“O Comitê avalia que a estratégia de manutenção do nível corrente da taxa de juros por período bastante prolongado é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta. O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, informou o Copom.
Outro fator que pesa para o BC adiar o início do processo de redução da Selic está na expectativa para a inflação no segundo trimestre de 2027, que está em 3,3%. Quando toma uma decisão, o Copom mira os efeitos sobre a inflação em um prazo de 18 meses. Como a projeção para o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) segue acima da meta, de 3%, a tendência é de manutenção dos juros em 15% por mais tempo.
