Na esteira dos eventos climáticos extremos que assustam e devastam cidades no Brasil e no mundo, o mercado segurador vê oportunidades para recompor segmentos que minguaram nos últimos anos e que podem vir a criar “desertos de seguros”. É o caso da área rural. No passado recente, o setor chegou a ter 14% da área plantada segurada. Hoje, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg), mal chega aos 6%, concentrados em regiões de alto risco. Por isso, os produtores rurais são uma aposta para alavancar a indústria seguradora, que tem previsão de crescimento real bem acima de 6% ao ano, o dobro dos 3% projetados para economia brasileira.
Juntando a fome com a vontade de comer
O lobby da indústria seguradora para aumentar o seguro rural tem apelo para o governo, que gasta nas duas pontas (dando crédito e renegociando dívidas em atraso) e para os produtores, que podem vir a se beneficiar de taxas de juros menores nas operações seguradas, pelos cálculos das próprias seguradoras. Falta mostrar o que isso significará para o consumidor: vai pesar mais ou aliviar o bolso?