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De última hora, Planalto ajusta detalhes de megaevento da Secom com Lula

Secretaria de Comunicação ainda tem dúvidas, por exemplo, sobre o slogan a ser adotado para marcar uma nova fase do governo

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A área de comunicação do governo passou o final de semana e a segunda-feira, 31, em reunião para acertar os detalhes do megaevento chamado pelo ministro da Secom (Secretaria de Comunicação), Sidônio Palmeira, para a próxima quinta-feira, 3, em Brasília. Ainda na noite de segunda, muitos pontos eram dúvidas na cabeça dos principais assessores das pastas e até do próprio Planalto sobre o balanço que contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no auditório do Centro de Convenções de Brasília, que comporta cerca de 3 mil pessoas.  Até o número de participantes era incerto para auxiliares próximos do presidente.

A grande dúvida era em relação ao slogan. De acordo com assessores do governo que se reuniram com o ministro há duas semanas, faltava definir a marca da comunicação do governo sob a gestão do baiano. No início, quando Sidônio pensou o encontro para tentar reverter a baixa na popularidade de Lula, a frase "Brasil dando a volta por cima" foi entendida por auxiliares do Planalto como substituta do antigo slogan "Brasil, união e reconstrução", cunhado sob a gestão do ex-ministro Paulo Pimenta.

O governo lançará uma nova logomarca, porém, desistiu de adotar a "volta por cima" como slogan. A expressão, que já fazia parte de vídeos produzidos pela Secom e que serão apresentados no encontro, passou a ser tratada só como nome do evento. De acordo com assessores, houve uma avaliação de que a "volta por cima" ainda não é percebida pela população por alguns motivos. Um deles é que as marcas que o Planalto têm para apresentar não são capazes de sustentar ainda a ideia de virada no rumo da economia do país.

A proposta de isenção de imposto de renda, por exemplo, em vez de ser lançada como medida provisória, que tem efeito imediato, foi enviada como projeto de lei que, se aprovado, só será percebido nas declarações do próximo ano. Além disso, o projeto ainda não começou a tramitar, falta a indicação de um relator que deverá ser acertado nesta terça-feira, 1, entre a ministra Gleisi Hoffmann e o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Outro ponto observado é que programas como o crédito consignado, que permite a população comprometer até 35% do salário em empréstimos, também possui ruídos, principalmente o de que Lula estaria, com a proposta, estimulando o endividamento de famílias.

Lula ainda terá reunião com o ministro Sidônio nesta terça-feira, 1, para tratar dos últimos detalhes. Antes, quando o evento foi pensado, o objetivo era de que ele fosse um marco da nova comunicação do governo que vinha sendo alvo de intensas críticas e apontada como responsável pela queda de popularidade de Lula. Agora, auxiliares do governo já reclamam de um superdimensionamento do encontro.

 

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