Com uma extensa apresentação de slides, a defesa do general Augusto Heleno, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), abriu o segundo dia do julgamento de Jair Bolsonaro por tentativa de golpe, no STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta-feira, 3. O advogado Matheus Milanez focou a sustentação oral na atuação do relator, Alexandre de Moraes, e reclamou da dificuldade de acessar as provas do processo, apresentadas em volumosos arquivos disponibilizados pela Polícia Federal.

A sessão na Primeira Turma do STF no segundo dia do julgamento começou pouco depois das 9 horas. Em sua estratégia de confrontar Moraes, Milanez listou depoimentos em que o ministro fez perguntas em busca de informações e dados. “Juiz não pode tornar-se protagonista do processo”, argumentou o advogado de Heleno. Um dos exemplos que ele exibiu nos slides foi uma tabela comparativa dos totais de questionamentos feitos pelo relator aos oito réus. Moraes fez 302 perguntas, segundo Milanez, enquanto a PGR (Procuradoria Geral da República), autora da acusação, fez 59. 

O objetivo do advogado é demonstrar uma possível atuação indevida do relator da ação penal 2668, o que geraria nulidade do processo. Milanez procurou caracterizar Moraes como como “investigador”, o que geraria nulidade do sistema acusatório”. 

O defensor também questionou a validade das provas e disse que o general não foi um “golpista”.  Rebateu as acusações e afirmou que o material reunido pela Polícia Federal não tem elementos de crimes, o que inclui uma agenda encontrada na casa de Heleno: “Não é agenda golpista nada.”

Na sequência, foi a vez do advogado de Bolsonaro Celso Vilardi apresentar a defesa.