O perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral, foi conduzido coercitivamente nesta quarta-feira, 1, pela política da Itália para ser notificado sobre o processo de extradição para o Brasil e de uma ordem judicial de restrição de circulação.
O processo de extradição foi pedido por Moraes ao Ministério da Justiça e Segurança Pública. Tagliaferro trabalhou na Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, criada pelo ministro, que foi presidente do TSE de 2022 a 2024.
O advogado Eduardo Kuntz, que defende Tagliaferro, informou que o cliente foi “conduzido para tomar ciência do pedido de extradição”, ser notificado de “cautelar de circulação” e, após o procedimento, foi reconduzido para sua casa.
Tagliaferro foi denunciado pela PGR (Procuradoria Geral da República) por vazamento de mensagens de conversas com outros assessores de Moraes no STF e no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Em abril deste ano a Polícia Federal concluiu o inquérito e indiciou Tagliaferro por “vazamento” de informação sigilosa com objetivo de alimentar a rede digital bolsonarista com falsas suspeitas sobre o sistema eleitoral.
O ex-assessor está na Itália desde julho, pelo menos, depois de virar aliado da direita e prometer um “dossiê-bomba” contra Moraes. Os depoimentos de Tagliaferro se tornaram parte da estratégia de ataque ao ministro dos defensores do ex-presidente Jair Bolsonaro. No início de agosto, ele teve as contas bancárias e os cartões de crédito bloqueados por ordem do STF.
Tagliaferro foi investigado pela Polícia Federal em 2023, após reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, que revelou pedidos de dados e produção de documentos ao órgão de investigação do TSE para abastecer inquéritos sob relatoria de Moraes contra bolsonaristas. Naquele ano, o perito foi preso acusado de violência doméstica e demitido do TSE.