Em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta sexta-feira, 30, como testemunha de Jair Bolsonaro na ação penal que julga a tentativa de golpe de Estado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), cumpriu o que era esperado: defendeu o ex-presidente e negou ter conhecimento de qualquer trama golpista.
O governador relatou ter conversado com o ex-presidente no final de 2022, período em que o golpe estaria sendo tramado. Perguntado se teriam falado de ruptura institucional, respondeu: “Jamais, nunca [conversa com intenção de praticar ato de tentativa de golpe de Estado]”.
Pelo perfil de Tarcísio, o depoimento teve mais peso político do que jurídico. Embora negue intenção de disputar o Planalto em 2026, Tarcísio se movimenta como candidato e pontua bem nas pesquisas. Para entrar no páreo com mais competitividade, porém, o governador depende do apoio de Bolsonaro. Mas o ex-presidente, mesmo inelegível, afirma que tentará ser candidato “até o último segundo”. Bolsonaro também já afirmou que Tarcísio disputará a reeleição ao governo de São Paulo.
No último dia 22, o governador de SP lançou, durante o evento de filiação de Guilherme Derrite ao PP, a “Frente anti-Lula”. Com discurso em tom de campanha, Tarcísio exaltou o “projeto para o Brasil”. No entanto, a Frente lançada soma oito ministérios no governo petista.
Tarcísio chegou ao governo apadrinhado por Bolsonaro, de quem foi ministro da infraestrutura. Em muitas oportunidades, ele demonstra gratidão e lealdade ao antigo chefe. No depoimento, o chefe do executivo paulista falo sobre a relação dos dois no governo.
“Eu sempre buscava a orientação do presidente pela sua experiência. O presidente sempre esteve comigo. Estava muito preocupado de eu acertar, procurando transmitir a experiência dele”, afirmou.