O ministro Edson Fachin ainda finaliza a lista de processos que vai levar do acervo de seu gabinete para a presidência do STF (Supremo Tribunal Federal). A cerimônia de posse no próximo dia 29 também tem detalhes finais em fase de ajustes. O que está certo e definido é a segurança da solenidade. O reforço policial ostensivo, dentro e fora dos prédios da corte, montado para o julgamento de Jair Bolsonaro, será mantido ativo até o final do mês. Pode até ficar por mais tempo, vai depender do cenário.

A possível condenação nesta semana de Bolsonaro e dos sete réus por tentativa de golpe de Estado tensiona ainda mais as autoridades de segurança envolvidas na guarda do Supremo. Do ponto de vista policial, há risco de protestos e atos violentos isolados, esse último o mais preocupante devido a imprevisibilidade das ações individuais dos chamados “lobos solitários”, ou “ratos”, termo usado pela equipe. No campo jurídico, ministros contam com nova frente de ataques em busca de deslegitimar o veredito da Primeira Turma.

O ministro Luís Roberto Barroso, atual presidente, passa o posto no fim do mês em meio aos ataques à corte e a seus membros, depois de episódios emblemáticos que orbitam o 8 de Janeiro, por exemplo, o homem-bomba do final de 2024 e o monitoramento e planos de atentados à autoridades.

Policiais de outras unidades e regiões foram convocados e estão em atividade 24 horas dentro do STF e nos arredores, desde o final de agosto. O julgamento de Bolsonaro e dos generais e cabeças da trama golpista começou nesta terça-feira com os votos do relator, Alexandre de Moraes, e de Flávio Dino, e prossegue até a sexta-feira, 12.

visão noturna no bosque atrás do STF.

Policiamento ostensivo
A provável condenação de Bolsonaro pode gerar reação de aliados. A Secretaria de Segurança do STF tem equipe de monitoramento das redes e intensificou as varreduras na área nesses quatro dias finais do julgamento.

Dia e noite, drones com câmeras de captação de imagens (nos destaques) noturnas e termal, que identifica o calor e ajuda a buscar pessoas e artefatos, sobrevoam os prédios. Diversas vezes ao dia os equipamentos decolam e pousam para fazer esse mapeamento. A sentença do do processo é prevista para a próxima sexta-feira, 12, “dia D” para os agentes que estão na missão desde o início do mês, parte deles alojada de prontidão dentro do STF. 

A Praça dos Três Poderes está com policiamento ostensivo da PM (Polícia Militar) do Distrito Federal desde o dia 1º de setembro, e o acesso é controlado. O Supremo funciona nesses dias, mas as revistas estão mais criteriosas e há monitoramento para evitar acampamentos e organização de atos nos arredores.