O presidente Lula não irá participar das atividades de comemoração do Dia do Trabalhador, neste 1º de maio, Dia do Trabalhador, nesta quinta-feira. O petista fará um pronunciamento à noite em rede nacional de TV e rádio. O Palácio do Planalto não adiantou detalhes sobre a fala do presidente. Há expectativas de que ele fale do índice de desemprego, que subiu para 7% no primeiro trimestre, mas ainda é a menor taxa da série histórica para o período, da geração de empregos e de providências do governo sobre as denúncias de desvios e descontos ilegais na folha de segurados do INSS.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, negou que a razão da ausência do presidente em atos do 1º de maio em São Paulo seja o temor de falta de público, mas entre petistas havia sim a preocupação com o risco de presença reduzida de trabalhadores, como ocorreu no ano passado (foto), na manifestação no estacionamento do estádio Itaquerão, do Corinthians, na zona leste paulistana. Na ocasião, Lula, no palanque no 1º de Maio, reclamou da má organização e da falta de divulgação do ato, que reuniu um público considerado pífio, muito abaixo das expectativas.
Sindicalistas atribuíram a responsabilidade ao ministro da Secretária-Geral da Presidência, Márcio Mâcedo, que teria avisado em cima da hora sobre o desejo do presidente de participar do ato, sem o tempo adequado para que houvesse a convocação dos participantes. Entre os próprios petistas há a avaliação de que Macêdo é atualmente um dos ministros mais desgastados no governo – e frequentemente aparece em listas de possíveis demitidos no ministério -, por ter sido debitado na conta dele o vexame da organização do ato.
Desta vez, ainda há o risco de um eventual desconforto do presidente Lula em um possível encontro com sindicalistas ligados a entidades que possam estar envolvidas nas denúncias de desvio de recursos no INSS. O presidente, também, poderia ser cobrado por aposentados prejudicados pelas fraudes descobertas nas investigações.
Atos em São Paulo e nos estados
Em São Paulo, serão realizados vários atos em comemoração ao Dia do Trabalhador, e o principal deles será na praça Campos de Bagatelli, na zona norte da cidade. Outros atos acontecerão em Osasco e São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, participará da manifestação em São Bernardo, cidade na qual foi prefeito duas vezes e onde o presidente Lula morou e liderou greves operárias, principalmente nos anos 1970 e 1980. A CUT (Central Única dos Trabalhadores) organizará atos nos estados.
Lideres sindicais entregaram um pauta com reivindicações dos trabalhadores ao presidente, em reunião a portas fechadas no Palácio, na terça-feira, 29. Os sindicalistas pediram o fim do confisco das aposentadorias (a prática de descontar contribuições previdenciárias de servidores aposentados) e a regulamentação da negociação coletiva (Convenção 151 da Organização Internacional do Trabalho).