O deputado federal Marcos Pollon (PL-MS) afirmou que repetiria a conduta que pode gerar um processo disciplinar contra ele e outros 13 parlamentares na Câmara. Ao PlatôBR, ele disse não se arrepender de ter permanecido na cadeira do presidente da casa e, por algum tempo, ter impedido a reabertura da sessão na última quarta-feira, 6. “Faria a mesma coisa”, afirmou Pollon.

Pollon é um dos alvos da denúncia encaminhada à Corregedoria pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), contra deputados que mantiveram o plenário obstruído por cerca de 30 horas. Caso a representação seja aprovada, os parlamentares envolvidos podem ter seus mandatos suspensos por até seis meses.  

Ao PlatôBR, Pollon afirmou ter plena consciência do que fazia e classificou sua permanência na cadeira como um “ato político de obstrução”. Ele rejeitou o termo “motim” para o episódio, destacando que só deixou o local após ter certeza de que todos estavam de acordo com a liberação da mesa. “Eu sairia dali tão logo soubesse que houve acordo. Assim que fui informado, eu saí”, disse.

Sobre a possibilidade de punição, o deputado se mostrou cético. Afirmou não acreditar que haverá sanção “se houver o mínimo de respeito à democracia e à atividade parlamentar”. Quando questionado se sua punição poderia ser maior por ter permanecido na cadeira do presidente, ele desconversou, lembrando que outros parlamentares também permaneceram no local, e afirmou que foi “só mais um”.

Autismo
Nas redes sociais, Pollon afirmou ser autista e disse que, durante a sessão, não compreendia totalmente a movimentação do presidente da Câmara para reassumir a cadeira da mesa diretora. Por causa dessa postagem, ele sofreu críticas por, supostamente, usar a condição para justificar a atitude que adotou durante a obstrução.

Nesta segunda-feira, 11, ele reafirmou que a bagunça atrapalhou sua compreensão e, por isso, não se levantou. No final, deixou a cadeira depois de consultar o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), que participava do protesto.