Um levantamento inédito da agência Ativaweb, de inteligência digital, mostra que a direita vive um cenário de fragmentação e perda de coerência narrativa para a eleição de 2026. Focado em setembro e outubro, o estudo analisa o perfil dos presidenciáveis de direita e revela como essa influência se restringe a bolhas ideológicas.

Michelle Bolsonaro lidera o índice de engajamento (1,1% na escala estabelecida pela Ativaweb), seguida por Eduardo Bolsonaro (1,02%) e Tarcísio de Freitas (0,95%). Ele lidera o ranking de engajamento digital dos governadores presidenciáveis. É seguido por Romeu Zema (0,82%), Ratinho Júnior (0,74%) e Ronaldo Caiado (0,37). O governador goiano foi o que mais cresceu no mês (1,9%).

A maioria dessas interações, no entanto, tem baixo alcance fora do público cativo.

Um exemplo importante é o de Eduardo Bolsonaro. Ele mantém alta capacidade de mobilização, atuando como um vetor de conflito dentro e fora da base da direita, mas isso reduz seu potencial de expansão e dificulta a construção de uma narrativa coesa no campo conservador. Ou seja: prega apenas para convertidos.

“A direita continua forte em volume, mas fraca em convergência. Falta narrativa nacional, integração digital e um discurso que una emoção, gestão e propósito”, explica Alek Maracajá, fundador da Ativaweb e presidente da Abradi (Associação Brasileira dos Agentes Digitais) na Paraíba.

Maracajá afirma que há uma mudança no algoritmo que não foi acompanhada pela direita: “Hoje, o digital premia quem entrega diálogo, valor e constância, não apenas quem grita mais alto”.

Para ele, se destacam mais os perfis que sejam técnicos, com narrativas otimistas e rostos humanizados. Assim, a atenção se desloca da “raiva” para o “respeito”.

A Ativaweb analisou também o impacto desses nomes para furar bolhas ideológicas. Pela ordem: Michelle, Tarcísio, Ratinho Júnior, Zema, Eduardo e Caiado.