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Do cafezinho ao carro elétrico, alta do dólar deve penalizar brasileiros em 2025

Com a cotação da moeda no patamar de R$ 6, vários setores serão impactados pela alta nos custos. Mas há quem ganhe também

ilustração alta do dólar
Ilustração: Daniel Medeiros/PlatôBR

Por essa, ninguém esperava. A cotação do dólar chegou a bater R$ 6,30 em 2024 e permanece na casa dos R$ 6, como se esse fosse o novo normal. Isso fez da moeda americana o grande assunto econômico do final de 2024. E com possíveis repercussões em 2025. Afinal, do cafezinho aos carros elétricos, passando pelo pãozinho e os combustíveis, vários preços devem refletir a alta neste ano. Entenda, a seguir, como a cotação do dólar e pode afetar seu dia a dia e setores importantes da economia.

Turismo
Quem está com viagem marcada para o exterior nestas férias escolares acompanhou com tristeza a escalada da moeda na torcida para o cenário mudar. Afinal, ganhar salário em reais e gastar em dólar com a família pesa. A alta afeta diretamente as compras com cartão de crédito internacional e, também, a compra da moeda estrangeira em espécie ou nos cartões de débito para uso lá fora.

Já no sentido inverso, torna o país atrativo para turistas de outros países, que têm rendimentos em dólar ou em euro, por exemplo. Mas, aí, surge outro problema para os consumidores locais: um fluxo maior de estrangeiros visitando o Brasil acaba, indiretamente, encarecendo os preços do turismo doméstico para os brasileiros diante do aumento na procura por acomodações, passagens, comida etc.

Carros elétricos, smartphones e remédios
Com o dólar mais alto, setores que negociam produtos importados vão sentir o impacto diretamente. É o caso de eletrônicos como os celulares e relógios inteligentes e os suplementos de proteínas usados pela turma da malhação.

Já outros setores dependem, também, de insumos importados para produzir aqui no Brasil. É o caso da indústria farmacêutica, que deverá repassar o custo para o preço dos remédios. Já entre as montadoras, a disparada do dólar deverá atingir em cheio os queridinhos do momento: os carros elétricos. Alguns ainda são fabricados lá fora, e mesmo os montados no Brasil precisam de componentes importados.

Pão, macarrão e cafezinho
Insumo importante para a indústria de alimentos, o trigo é cotado em dólar e uma parte do produto ainda é importada. Com isso, a alta do dólar afeta o preço do pãozinho e do macarrão no Brasil. O mesmo acontece com o café em grão, uma commodity negociada internacionalmente e em dólar.

Combustíveis
O Brasil é um grande exportador de petróleo. Mas vende para o exterior o óleo cru e ainda precisa importar petróleo refinado para abastecer o mercado doméstico. Isso faz com que o preço dos combustíveis internamente fique suscetível às variações do dólar. Esse é um ponto que marcou grandes polêmicas entre a Petrobras e o governo federal, especialmente durante a gestão de partidos de esquerda, que pressionaram a petroleira a represar aumentos.

Agronegócio e mineração
Setores que têm receita em dólar e custos em reais serão beneficiados com a escalada do dólar. O agronegócio e a mineração são dois exemplos. A escalada do câmbio é positiva, mas, como dependem de maquinário importado, esses setores também podem ser afetados. Empresas que, neste momento, estão muito endividadas em dólar tendem a sofrer mais.

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