O anúncio por Estados Unidos e China de um acordo para redução de tarifas agitou os mercados mundiais neste início de semana. A redução por 90 dias nas taxações de 145% para 30%, pelos americanos, e de 135% para 10%, pelos chineses, provocou efeitos imediatos, com valorização das bolsas na Ásia e na Europa. O entendimento entre os dois países deve entrar em vigor a partir de quarta-feira, 14, e tende a aquecer a economia mundial, com aumento do comércio internacional.

Enquanto Donald Trump e Xi Jinping se acertam em relação às tarifas, o presidente Lula visita Pequim para assinar acordos comerciais. Nesta segunda-feira, 12, durante a programação da viagem, o governo brasileiro anunciou investimentos de R$ 27 bilhões da China no Brasil, nos setores de automóveis, semicondutores e alimentos. No meio das turbulências agravadas pelo tarifaço, o petista faz discurso de defesa do multilateralismo e aposta na diversificação da pauta externa do Brasil.

Expectativa para conversas de paz entre Rússia e Ucrânia
A semana começa com a expectativa de conversas para um cessar fogo na guerra entre Rússia e Ucrânia. Volodymyr Zelensky disse aceitar um encontro com Vladimir Putin na quinta-feira, 15, na Turquia para discutir um processo de paz. Até a manhã desta segunda-feira, 12, Moscou ainda não havia respondido à proposta de Zelensky.
A possibilidade de avanço nas tratativas sobre paz estão também no centro dos pronunciamentos do novo papa, Leão XIV, que nesta segunda-feira defendeu a liberdade dos jornalistas presos em conflitos armados para assegurar que a sociedade seja bem informada.

Oposição insiste em CPIs sobre fraude no INSS
Com o Congresso esvaziado, a oposição terá dificuldades para impulsionar a instalação de uma CPI na Câmara, ou uma CPMI de deputados e senadores, para investigar as fraudes no pagamento de aposentadorias e pensões. Embora os requerimentos de criação das comissões tenham assinaturas suficientes, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), resistem a dar prosseguimento às iniciativas.
Do lado do governo, continua o empenho em amenizar o desgaste sofrido pela divulgação das fraudes. A equipe de Lula tem dificuldade par explicar a demora em tomar providências contra os descontos ilegais feitos por entidades de classe nos pagamentos de aposentados e pensionistas. O discurso oficial foca no fato de os fatos terem sido revelados por investigações da Controladoria-Geral da União e da Polícia Federal.

Câmara tem pouco a fazer contra a decisão do STF sobre Ramagem
A bancada bolsonarista vai continuar as pressões para que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), tome alguma atitude contra o STF pela rejeição da tentativa de suspensão da ação penal contra o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ). Apesar do barulho, Motta tem pouco a fazer contra a decisão do Supremo, tomada por unanimidade pela Primeira Turma, de manter o processo contra o parlamentar pelos fatos ocorridos antes de sua diplomação, e contra os outros réus investigados no mesmo caso, entre eles o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Como intérprete da Constituição, o STF descartou a suspensão da ação penal, pretendida pela Câmara. A oposição pode protestar e buscar outros meios para interromper o processo, mas a repercussão tende a ficar restrita ao mundo político, sem efeitos jurídicos. Motta terá de se equilibrar entre o discurso de defesa das prerrogativas do Legislativo e o entendimento do Supremo.