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Drops da semana: governo envia ao Congresso sua maior aposta contra a impopularidade

Projeto de lei que alivia quem ganha até R$ 5 mil será entregue ao Legislativo na terça-feira. Semana tem reunião do Copom e embarque de Lula para viagem ao Japão e ao Vietnã

Congresso Nacional
Foto: Leonardo Sá/Agência Senado

O governo envia para o Congresso na terça-feira, 18, um projeto de lei que isenta do Imposto de Renda as pessoas que recebem até R$5 mil mensais. Promessa da campanha eleitoral, essa iniciativa é a principal aposta do Planalto para tentar reverter a impopularidade crescente de Lula nas pesquisas de opinião. A tramitação do PL também vai medir a força do Planalto no Legislativo em 2026, depois das trocas dos presidentes da Câmara e do Senado.

Embora o aumento da isenção seja bem aceito entre os congressistas, há forte resistência em relação à tributação de altos rendimentos, também prevista no projeto elaborado pela equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda). Para compensar a queda de arrecadação, calculada em R$ 35 bilhões, o governo pretende estabelecer uma alíquota mínima de 10% para quem recebe acima de R$50 mil por mês. Sobre essa proposta, pode-se esperar grandes dificuldades de aprovação no Legislativo.

A pesquisa Ipsos-IPEC divulgada na última quinta-feira, 13, mostrou que 41% dos brasileiros consideram o governo ruim ou péssimo, enquanto 27% avaliam o terceiro mandato de Lula como bom ou ótimo. É a primeira vez nos levantamentos do instituto que as percepções negativas superam as positivas.

Pelas regras atuais, estão isentos os contribuintes com rendimentos de até R$2.824,00, o equivalente a dois salários mínimos. Com o alargamento dessa faixa, Lula espera agradar a população de baixa e média renda, parcela importante do eleitorado que vai votar em 2026.

O projeto de lei sobre IR é parte da regulamentação da reforma tributária e chega ao Congresso como principal ponto da agenda do governo para este ano.

Senado analisa proposta de reciprocidade contra taxações externas
Embalado pelo tarifaço do governo Trump sobre o aço e o alumínio brasileiro, as comissões de Constituição e Justiça e de Meio Ambiente do Senado analisam esta semana um projeto de lei que autoriza o governo a adotar medidas de retaliação contra países ou blocos econômicos que imponham barreiras às exportações brasileiras. O PL é relatado pela senadora Tereza Cristina (PP-MS), uma das líderes da bancada do agronegócio no Congresso.

Desde o anúncio pelos Estados Unidos de aumento das taxações, o governo brasileiro adotou postura cautelosa, com foco nas negociações, conduzidas pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

Lula viaja para a Ásia, Congresso deixa votação do Orçamento para abril
Lula embarca no sábado, 22, para o Japão e o Vietnã para uma agenda com foco no estreitamento das relações comerciais com os dois países asiáticos. Entre os assuntos a serem tratados nos encontros bilaterais, estão a abertura do mercado japonês para a carne bovina brasileira e negociações para um acordo com o Mercosul. Na visita a Hanói, Lula tem com uma das prioridades tratar da elevação do status do Vietnã - quinto maior consumidor dos produtos do agronegócio brasileiro - para Parceiro Estratégico do Brasil.

Os presidentes da Câmara, Hugo Motta, e do Senado, Davi Alcolumbre, viajam com Lula para os dois países. Com a ausência dos dois comandantes do Congresso, os trabalhos legislativos ficam mais lentos e, com isso, a votação do Orçamento de 2025, antes prevista para março, ficou para abril.

Copom se reúne com expectativa de aumento de um ponto percentual da Selic
O Comitê de Política Monetária realiza esta semana a segunda reunião de 2026, com previsão de aumento para 14,25% da taxa Selic, um ponto percentual acima do índice atual. A tendência de alta segue a orientação do Banco Central desde o final do ano passado para tentar reverter a inflação crescente. Na tomada de decisão, o Copom vai analisar o desempenho da economia brasileira e, também, as turbulências internacionais, provocadas principalmente pelos movimentos do governo Trump.

Na economia interna, o BC divulgou nesta segunda-feira, 17, uma alta de 0,90% do IBC-BR (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) de janeiro em relação a dezembro. Sinalizador do Produto Interno Bruto, esse resultado superou as expectativas do mercado, que estavam em 0,22%. Na comparação com janeiro de 2024, o aumento foi de 3,8%.

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