Sem perspectiva de recuo dos Estados Unidos, o Brasil se prepara para o tarifaço de 50% imposto pelo governo Donald Trump, marcado para valer a partir de sexta-feira, 1º de agosto. Esta semana, o Planalto deve avaliar o plano de contingência preparado pelas áreas técnicas dos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Desenvolvimento, Indústria e Comércio. As medidas em estudo devem focar em estímulos para os setores prejudicados pela taxação..
Uma comitiva formada por senadores governistas e da oposição tenta nos Estados Unidos com o objetivo de abrir portas para negociações. A programação prevê encontros com congressistas e com empresários, sem agendas confirmadas com integrantes do governo americano. As negociações conduzidas pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, desde o anúncio do aumento da taxação de produtos brasileiros não avançaram.
Pré-candidatos ao Planalto procuram discursos sobre taxação dos Estados Unidos
Na política, os pré-candidatos ao Planalto buscam alinhar discursos e posições sobre o tarifaço. Do lado da oposição, os governadores de Goiás, Ronaldo Caiado (União), do Paraná, Ratinho Jr (PSD), e Tarcísio de Freitas (Republicanos), procuram um caminho que atenda às pressões internas sem forçar atritos com a família Bolsonaro. No fim de semana, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro criticou os três por defenderem negociações sem mencionar uma possível anistia do ex-presidente, prestes a ser julgado pela trama golpista.
Para os governistas, o risco maior é o previsível desgaste com a entrada em vigor das medidas de Trump. Lula e outros nomes, como o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e o vice Alckmin, terão de apresentar respostas para a maior crise externa, com efeitos negativos diretos na economia, enfrentada pelo atual governo.
STF interroga militares, julgamento de Bolsonaro se aproxima
O Supremo interroga nesta segunda-feira, 28, o Núcleo 3 dos réus acusados por tentativa de golpe de Estado na última transição no Planalto. Com essa última rodada de depoimentos, encerra-se a fase de instrução dos processos desse caso. À medida que o julgamento se aproxima, aumentam as tensões provocadas pelas reações da família Bolsonaro e aliados contra o STF e o governo.
As pressões também são feitas no Congresso, ainda em recesso esta semana, para que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos), e do Senado, Davi Alcolumbre (União), encaminhem pautas como a anistia dos acusados de golpe e o impeachment de Alexandre de Moraes.
Copom deve manter Selic em 15%
O Copom (Comitê de Política Monetária) anuncia na quarta-feira, 31, a taxa Selic para o próximo período. O mercado prevê a manutenção do atual índice até o final do ano. O colegiado deve incluir os possíveis efeitos do tarifaço de Trump nas avaliações de cenário que serão levadas em conta para a definição da referência de juros.