Antes de pedir a Alexandre de Moraes a abertura de um inquérito para investigar as articulações de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras, Paulo Gonet havia dado uma colher de chá ao deputado licenciado.

Em 18 de março, enquanto Eduardo já buscava junto a parlamentares americanos medidas para retaliar o STF, Gonet defendeu que não era o caso de abrir uma investigação contra o filho de Jair Bolsonaro.

Na ocasião, ao se manifestar a respeito de um pedido feito pelos deputados petistas Lindbergh Farias e Rogério Correia, Gonet afirmou que os relatos deles não continham “elementos informativos mínimos, que indiquem suficientemente a realidade de ilícito penal, justificadora da deflagração da pretendida investigação”.

De lá para cá, o que mudou?

Para o chefe da PGR, Eduardo, autoexilado nos EUA, intensificou o tom ameaçador à medida que avança a ação penal contra Bolsonaro no STF pela tentativa de golpe.

O fator decisivo para que ele mudasse de ideia e passasse a ver riscos na atuação do deputado licenciado, no entanto, tem nome e sobrenome: Marco Rubio, o secretário de Estado de Donald Trump, que admitiu que o governo americano avalia sanções contra Moraes.

Em seu pedido pela abertura do inquérito, Gonet classificou como “pena de morte civil internacional” as sanções buscadas por Eduardo nos EUA.