Os bandidos que têm promovido ataques hackers ao sistema financeiro já se adequaram às regras anunciadas pelo Banco Central na última sexta-feira, 5, para reforçar a segurança nas transações. As ações dos criminosos foram interpretadas por especialistas em segurança e por técnicos da autoridade monetária como um recado dos criminosos e uma afronta ao próprio BC.
No roubo registrado no último sábado, 6, contra a E2 Pay, foram registradas diversas transferências de até R$ 10 mil para contas laranjas em outras instituições financeiras, afirmaram ao PlatôBR pessoas que tiveram acesso aos dados das operações.
No dia anterior ao roubo, na última sexta-feira, 5, o BC limitou em R$ 15 mil o valor de transferências para instituições de pagamento não autorizadas pela autarquia e para aquelas que se conectam ao sistema financeiro por meio de empresas terceirizadas, conhecidas tecnicamente como PSTIs (Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação). Atualmente, 250 instituições se conectam ao sistema financeiro por meio de terceirizadas. Nada mudou para clientes de bancos e fintechs já autorizados e regulados pelo BC.
No segundo ataque hacker contra o Tribanco, registrado também no sábado, os valores das transferências foram maiores, já que a instituição financeira se conecta diretamente ao sistema financeiro, sem o uso de prestadores de serviços.
Entretanto, técnicos do BC ouvidos reservadamente afirmaram que os valores das fraudes ficaram abaixo dos casos anteriores, diante dos efeitos das medidas anunciadas pela gestão de Gabriel Galípolo (foto), e o dinheiro dos clientes não foi roubado. Além disso, entre domingo, 7, e a manhã desta terça-feira, 9, não foram registrados novos ataques exitosos ao sistema financeiro.
Procurado, o BC informou que não comenta casos específicos, mas disse que adota ações diversas para promover a segurança do SFN (Sistema Financeiro Nacional).
“Na última sexta-feira, 5, a Autoridade anunciou novas medidas para reforçar a segurança do SFN, à luz do envolvimento do crime organizado nos recentes eventos de ataques a instituições financeiras e de pagamentos. A Autoridade também antecipou medidas previstas para as próximas semanas. O BC também colabora, no exercício de sua função, com os órgãos de persecução e investigação como polícias e Ministério Público”, declarou o BC em nota.