Às vésperas da costura final do acordo entre Mercosul e União Europeia, o Brasil decidiu usar as terras raras e minerais críticos como trunfo político. A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) está em Bruxelas em busca de investimentos na cadeia de minerais críticos e terras raras do país, para agregar valor à indústria. Ao mesmo tempo, o governo quer garantir a inclusão do tema no radar das negociações birregionais.

Os debates estão concentrados na Raw Materials Week, que reúne autoridades e empresas europeias para debater sobre minerais críticos, entre esta segunda-feira, 17, e a próxima sexta-feira, 21. À frente da delegação da Apex está Ana Repezza, diretora de negócios.

O governo quer evitar que o Brasil se torne apenas exportador de minério bruto, em um setor em que o país tem a segunda maior reserva do mundo. A ideia é se posicionar antes que o acordo com o Mercosul avance.

Enquanto isso, em Brasília, o marco regulatório dos minerais críticos deve ser concretizado. Como revelou a coluna, o governo abandonou a tentativa de editar uma medida provisória e resolveu apoiar o projeto de lei do deputado Zé Silva, do Solidariedade de Minas Gerais.

O texto, que já incorporou sugestões do Executivo, avançou depois que o Ministério de Minas e Energia retomou o diálogo com o relator, Arnaldo Jardim, do Cidadania de São Paulo. A expectativa é votar a proposta ainda durante a COP30.