Aliados de Hugo Motta criticaram a forma como ele conduziu a retirada de Glauber Braga da cadeira da Presidência da Câmara, nessa terça-feira, 9. O desenrolar da situação foi considerado por alguns deputados como exemplo de “inabilidade política”.

Parlamentares do Centrão e da direita afirmaram à coluna, sob reserva, que o principal erro de Motta foi ter cortado o sinal da TV Câmara e cerceado a entrada de jornalistas no plenário da Casa.

Apesar de Hugo Motta ter negado que proibiu o acesso da imprensa, aliados consideraram o inaceitável impedimento à atuação dos jornalistas um erro grave, causado por inabilidade política e falta de comando da Casa.

Os parlamentares pontuaram também que seria “inevitável” uma comparação entre a forma como os bolsonaristas foram retirados na ocupação da Mesa Diretora, após 30 horas do motim de agosto, e a maneira como Glauber foi tratado nessa terça.

O deputado do PSOL do Rio de Janeiro ocupou a cadeira da Presidência da Câmara após Motta decidir pautar seu processo de cassação no plenário para esta quarta-feira. Em menos de uma hora, policiais legislativos arrancaram Glauber à força do local. O deputado chegou a ficar com a camisa rasgada.

As imagens da TV Câmara foram interrompidas e o acesso da imprensa cerceado durante a ação, conduzida de forma truculenta. Profissionais de imprensa também foram agredidos por policiais legislativos.

Em nota, Motta chamou Glauber de extremista e disse que iria apurar “possíveis excessos” em relação ao tratamento dado à imprensa. O presidente da Casa não comentou sobre ter ordenado a retirada do sinal da TV Câmara.