À espera de uma decisão de Kassio Nunes Marques que o tire (mais uma vez) da cadeia, o chefão do jogo do bicho do Rio de Janeiro, Rogério Andrade, teve a prisão mantida pela Justiça do Rio de Janeiro no último dia 13 de maio.

Na mesma decisão, a juíza Alessandra da Rocha Lima Roidis, da 1ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, rejeitou pedidos de Andrade e mandou seguir o processo contra ele por supostamente ter mandado matar o também bicheiro Fernando Iggnácio, em novembro de 2020. As primeiras audiências do caso estão marcadas para 26 de junho.

Rival de Andrade na disputa por territórios da contravenção no Rio, Iggnácio foi assassinado a tiros de fuzil ao desembarcar em um heliponto na Zona Oeste carioca. Os dois brigavam havia mais de uma década pelo espólio do jogo do bicho deixado por Castor de Andrade, tio de Rogério Andrade e sogro de Fernando Iggnácio.

Em sua decisão, a magistrada considerou a gravidade dos crimes atribuídos ao bicheiro: “Os fatos são graves, uma vez a vítima teria sido morta com disparos de grosso calibre em disputa territorial na guerra do ‘jogo do bicho’, a qual afeta sobremaneira a ordem pública deste Estado, pois incrementa a violência urbana e a sensação de insegurança da sociedade”.

Preso preventivamente desde outubro de 2024, Rogério Andrade aguarda uma decisão de Kassio no STF em um pedido feito por ele também em 13 de maio.

Como mostrou a coluna, os advogados do bicheiro alegaram que o Ministério Público e a Justiça do Rio desrespeitaram a decisão do STF que encerrou, em fevereiro de 2022, um processo que atribuía a Andrade a ordem para matar Fernando Iggnácio.

Na ocasião, os ministros entenderam que a denúncia não havia detalhado como o bicheiro teria participado dos planos do assassinato. Ao trancar a ação penal, no entanto, o Supremo pontuou que, se surgissem novas provas, o caso poderia ser retomado. Foi essa brecha que o MP usou para denunciar Andrade e levá-lo à prisão preventivamente.