Aliados de Jair Bolsonaro perceberam em duas broncas públicas em aliados nos últimos dias a certeza de que o Senado será um dos principais focos políticos do ex-presidente para 2025 e 2026. A Casa é vista como trincheira estratégica ao bolsonarismo, por ser a responsável por abrir impeachment de ministros do Supremo.
Na segunda-feira, 20, o ex-presidente desautorizou a candidatura do senador Marcos Pontes, do PL de São Paulo, à presidência da Casa.
Ao distribuir a patada em Pontes, seu ex-ministro, Bolsonaro disse claramente querer espaço para o PL em comissões e na mesa do Senado em troca do apoio ao virtual novo presidente, Davi Alcolumbre, do União Brasil do Amapá. Sob Rodrigo Pacheco, contra quem o PL lançou um candidato em 2023, o partido ficou sem influência sobre os rumos da Casa.
Na quarta-feira, 22, o ex-presidente enquadrou o senador Wilder Morais, do PL de Goiás, e disse que não será dele a palavra final sobre o candidato do partido ao Senado pelo estado. Bolsonaro afirmou que caberá a ele e a Valdemar Costa Neto controlar em todos os estados as indicações dos nomes que concorrerão a senador em 2026, quando dois terços das cadeiras estarão em jogo.
Só de sua família, Jair Bolsonaro tem planejado três candidaturas ao Senado, todas com boas chances de sucesso: Flávio, candidato à reeleição no Rio de Janeiro; Eduardo, possível nome em São Paulo; e Michelle, no Distrito Federal. Carlos Bolsonaro, segundo Flávio contou à coluna em entrevista em outubro, concorrerá a deputado federal.