Com segurança reforçada e em clima de apreensão, o prédio do STF amanheceu tomado por policiais e jornalistas. No primeiro dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete réus, drones, policiais armados, barreiras de contenção e cães farejadores movimentam a Praça dos Três Poderes, tranquila até uma hora antes do começo da sessão.
Principal réu do processo, Bolsonaro comunicou a aliados que não estará no plenário da Primeira Turma para assistir à abertura do julgamento histórico. Ele deve acompanhar a sessão em casa, onde cumpre prisão domiciliar.
Entorno
O acesso à praça se mantém dentro do habitual. O trânsito flui normalmente no entorno e não há concentração de manifestantes. A área de proteção se estende ao Congresso e ao Planalto. Grades cercam os acessos principais e policiais fazem a vigilância constante da área, num esquema mais rigoroso do que em dias normais.
O movimento mais intenso foi da imprensa: às 7 horas, mais de 60 jornalistas já aguardavam credenciamento para acompanhar a sessão. Das 126 poltronas, 80 serão ocupadas por profissionais de mídia.
Julgamento inédito
Os réus são acusados por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. A pena pedida chega a 43 anos de prisão – acima dos 40 anos estipulados como tempo máximo de reclusão para um condenado.
O julgamento histórico de Bolsonaro começa à 9 horas com a leitura do resumo do relatório pelo relator, o ministro Alexandre de Moraes.