Fernando Haddad, que quer coordenar a campanha de Lula à reeleição, afirmou nesta quinta-feira, 18, que a oposição tem feito movimentos erráticos e que a decisão de quem será o adversário do presidente será tomada pelo “instinto” de Jair Bolsonaro.

“O lado de lá está um pouco confuso, para dizer o mínimo. Eu vejo movimentos erráticos. E entendo que o grande eleitor é o Bolsonaro. Não acredito que uma pessoa sem o apoio dele consiga atingir patamares importantes de intenção de voto”, disse Haddad.

Para ele, o lançamento da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro foi uma surpresa.

Sem querer citar Tarcísio de Freitas, Haddad afirmou que há políticos que tentam manter uma “distância regulamentar” do ex-presidente para não herdar sua rejeição.

“A pessoa procura aquele ponto [de proximidade] em que não possa vir nem de pijama nem com a mala. Então, é aquela distância, quer dizer, alguns quarteirões. Não é no mesmo prédio, mas também não é tão longe que a pessoa não possa fazer uma visita, sabe, de vez em quando”, ironizou o ministro.

No entanto, para Haddad, Bolsonaro tem percebido esse tipo de comportamento.

“É evidente que, se tem uma coisa que o Bolsonaro tem, é instinto. Aliás, talvez seja a única coisa que ele tem. Ele tem instinto e percebe que para ele ser rifado não dá dois segundos: ‘Se a pessoa se distanciar mais do que eu deixo, do que eu posso deixar, eu vou ser rifado, vou virar pó’. Então, é isso que está em jogo”, avaliou.

Para o ministro da Fazenda, é difícil fazer alguma aposta de quem disputará contra Lula:

“É muito difícil, porque depende de uma pessoa e do seu instinto. Não depende sequer de racionalidade. Depende do que o calor do momento vai… Você viu a surpresa que foi a Bolsonaro para o Flávio? É uma surpresa para todo mundo.”