Francisco foi, de longe, o pontífice que mais reconheceu santos de toda a história da Igreja. Segundo dados levantados pelo teólogo Fernando Altemeyer, da PUC-SP, em pouco mais de 12 anos à frente do Vaticano, o papa canonizou 926 pessoas.
O próximo santo canonizado por Francisco seria o italiano Carlo Acutis, que morreu de leucemia em 2006, aos 15 anos. Apelidado de santo da internet, Acutis teve dois milagres reconhecidos por Francisco e seria canonizado no próximo domingo, 27, mas o processo foi interrompido devido à morte do papa.
Logo no início de seu pontificado, em maio de 2013, Francisco canonizou 813 italianos anônimos, mortos durante o cerco dos otomanos à cidade de Otranto, em 1480. Eles são chamados de Mártires de Otranto e foram mortos por não terem se convertido ao Islã e já tinham sido beatificados por Bento XVI.
Foi Francisco também que canonizou a primeira santa brasileira, Irmã Dulce, em 2019, e os papas Paulo VI e João Paulo II. É São João Paulo II, aliás, que figura em segundo lugar entre os pontífices que mais canonizaram santos. Em seu longo pontificado, de 26 anos, ele incluiu 483 nomes na lista canônica do Vaticano.
Mas não é só o número de santos que impressiona na trajetória de Francisco. O papa santificou religiosos que pereceram nas mãos de ditadores, como dom Oscar Romero, salvadorenho, e Angel Angelelli, argentino.
Outra referência importante é que Francisco canonizou não só religiosos, mas leigos, como é o caso do jovem Acutis. Essas canonizações mostram uma aproximação maior do Vaticano com os católicos de todo o mundo, diminuindo a distância entre os fiéis e os santos.