Em 2021, o Papa Francisco faria o que chamou, segundo o Vaticano, de “a mais bela viagem”. Contrariando todas as orientações de segurança e saúde, o pontífice foi o primeiro a entrar no Iraque, a terra de Abrahão. Ali, conversou com o líder xiita Al-Sistani.  Foram três dias de viagem entre Bagdá, Ur, Erbil, Mosul e Qaraqosh, cidades marcadas pela guerra e pelos conflitos com terroristas.

O encontro histórico com o aiatolá ocorreu em 6 de março, a portas fechadas, na casa do líder muçulmano, na cidade sagrada de Najaf. As mensagens de paz foram transmitidas pelos dois líderes, para tentar dar segurança à minoria cristã do país. Francisco disse que era preciso, no Oriente Médio, “caminhar do conflito à unidade”.

“Hostilidade, extremismo e violência não nascem de um coração religioso. Eles são traições da religião. Nós, fiéis, não podemos nos calar quando o terrorismo abusa da religião”, discursou o líder católico.

Mas esta não foi a única viagem histórica de Francisco. Em 2015, ele foi a Bangui, capital da República Centro-Africana, onde uma guerra civil ainda estava em curso. O papa disse que faria aquela peregrinação mesmo que tivesse de saltar de paraquedas.

Em setembro do ano passado, aos 87 anos, ele fez a mais extensa viagem para a Indonésia, Papua-Nova Guiné, Timor-Leste e Cingapura. Foram dois continentes em 15 dias.

Em 12 anos de pontificado, num período atravessado por uma pandemia global, Francisco fez 47 viagens internacionais, passando por 65 países. E o Brasil foi o país de estreia do papa, em 2013. O único ano em que não saiu de Roma foi em 2020 por conta da Covid.

A estreia de todo esse périplo foi o Brasil, em julho de 2013.

O Papa morreu sem visitar seu país, a Argentina, cuja peregrinação era esperada para este ano.