Gastando o teto da verba disponível para pagar nove funcionários nomeados, o gabinete de Eduardo Bolsonaro tinha apenas três pessoas trabalhando nesta quarta-feira, 27. O deputado se licenciou do mandato em março e, agora, acumula faltas na Câmara dos Deputados.
A coluna visitou o gabinete de Eduardo na tarde de quarta-feira, um dia de sessão e votação presencial. Três dos nove funcionários estavam no local e não responderam como está funcionando o trabalho do mandato desde a licença do deputado.
Questionada, a assessoria de imprensa de Eduardo disse que “o gabinete trabalha de acordo com a necessidade do deputado” e que há limitações de espaço no gabinete.
“O trabalho parlamentar é bem dinâmico, como você pode perceber. Comissões, ministérios e reuniões”, respondeu a assessoria.
A equipe, entretanto, não quis dizer quais são as “necessidades” de Eduardo nos últimos cinco meses que está fora do mandato. Tampouco quis comprovar que o trabalho, pago com dinheiro público, vem sendo feito.
Como contou a coluna, Eduardo gasta o teto da verba de gabinete, R$ 132 mil, para pagar nove funcionários nomeados.
O deputado já acumulou 12 faltas não justificadas após o fim da licença. Para que um deputado perca o mandato por abandono, é necessário faltar a um terço, ou 33%, das sessões do plenário da Câmara.
Em 2024, por exemplo, foram 238 sessões no plenário da casa. Assim, para perder o mandato, um deputado federal teria de faltar a pelo menos 79 sessões de votações.