O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta quarta-feira, 12, que as críticas ao trabalho da autoridade monetária e ao patamar dos juros em 15% são legítimas, mas que não entrará em conflito com os dados disponíveis. Segundo ele, a autarquia tem uma meta pública de inflação que deve ser perseguida por dever legal e isso será feito pelos membros da diretoria colegiada. As declarações foram feitas durante divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira.
“Eu já comentei algumas vezes e eu entendo que é absolutamente legítimo todos os ângulos da sociedade poderem se manifestar sobre política monetária e emitirem opiniões sobre isso. Todo mundo pode brigar com o Banco Central. O Banco Central que não pode brigar com os dados”, disse.
Segundo Galípolo, nos 10 meses completos de 2025 a inflação acumulada em 12 meses ficou acima do teto da meta em todos os meses.
“Se a gente olhar todas as projeções que a gente tem (sobre inflação), tem aquelas que vão dizer que em nenhum momento do meu mandato eu vou estar dentro da meta, e outras que vão dizer que eu vou passar pelo menos dois terços do mandato sem cumprir a meta”, disse.
Além disso, o presidente do BC voltou a afirmar que os juros ficarão altos até que a inflação caminhe para a meta.
“Você tem uma meta e tem um instrumento que é a política monetária. Está bem claro o porquê de mantermos a taxa de juros num patamar restritivo, a gente entende que é necessário permanecer” É isso que a gente vem fazendo”, afirmou.
