Decano do STF e uma das vozes mais influentes da República há mais de duas décadas, o ministro Gilmar Mendes entende que, passada a tormenta institucional do governo Jair Bolsonaro, os dois primeiros anos de Lula no Palácio do Planalto “restabeleceram a civilidade e normalizaram as relações entre Poderes no país”.
Em entrevista à coluna, Gilmar classificou a conduta institucional do governo do petista como “exemplar”, citou a candidatura de reeleição de Lula como uma possibilidade concreta, pela boa saúde de que, na sua visão, o presidente goza. E repetiu o slogan da política externa do petista. “Dá para ver que o Brasil voltou ao cenário internacional com grande prestígio, graças também a essa normalização institucional”.
Na longa conversa, que será publicada a partir desta quarta-feira, 8, até sexta-feira, 10, Gilmar falou ainda sobre o destino de Bolsonaro e rebateu as críticas ao STF.
O ministro do Supremo foi só elogios a Lula, de quem está mais próximo do que nunca, depois de liderar o movimento para anular as condenações que levaram o petista à prisão.
Gilmar elogiou o que chamou de “atitude extremamente cuidadosa” de Lula em conduzir o pós-8 de Janeiro ante o golpismo bolsonarista.
“Mesmo uma relação com o Congresso, que às vezes nem é tão fluida em razão das dificuldades de construção de maioria, se faz de maneira absolutamente civilizada. Só podemos louvar esse retorno à normalidade após anos tumultuados.”
Para o ministro, o país precisa de mecanismos mais sólidos para evitar que militares participem da vida política e sobre como despolitizar a polícia. “Essas são questões que eu acho que o governo deve responder”, pontuou, na única cobrança que fez ao governo.