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Gonet contesta decisão de Toffoli que anulou Lava Jato contra Antonio Palocci

Chefe da PGR, Paulo Gonet recorreu da decisão de Dias Toffoli, que apontou conluio da Lava Jato contra Palocci e derrubou todos os atos da operação contra ele

Foto: Antonio Cruz/ABr
Foto: Antonio Cruz/ABr

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, recorreu nesta segunda-feira, 10, da decisão de Dias Toffoli que anulou todos os atos da Operação Lava Jato contra o ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda Antonio Palocci. Gonet quer que Toffoli reveja sua canetada ou que a Segunda Turma do STF a reverta.

Conforme revelou a coluna em fevereiro, Toffoli considerou ter havido conluio entre o ex-procurador Deltan Dallagnol e o ex-juiz federal Sergio Moro contra Palocci. O ministro do STF estendeu ao ex-petista o mesmo benefício dado por ele ao empreiteiro Marcelo Odebrecht, em maio de 2024.

A decisão se baseou em mensagens trocadas no Telegram, acessadas por um hacker e apreendidas pela Polícia Federal na Operação Spoofing, em 2019. O entendimento de Toffoli atingiu não só condenações de Palocci, mas também a fase pré-processual, ou seja, investigações conduzidas pela força-tarefa do Ministério Público Federal sob Moro.

Em seu recurso, Paulo Gonet afirmou que o caso de Palocci é diferente do de Marcelo Odebrecht, razão pela qual a anulação dos atos da Lava Jato contra o empresário não poderia ter sido estendida ao ex-ministro.

Gonet classificou como “presunções e ilações” da defesa de Palocci as acusações de que houve contra ele conluio entre o MPF e Moro.

Para a PGR, a vinculação do ex-ministro às investigações da Lava Jato ocorreu “de forma legítima, sustentada em elementos concretos que emergiram no curso natural das apurações e com esteio em provas subsistentes até o atual momento”.

Nesse ponto, Gonet lembrou que o próprio Palocci reconheceu ter cometido crimes em sua delação premiada.

“A estratégia processual adotada por Antônio Palocci Filho evidencia uma tentativa de contorno procedimental, voltada à sua exoneração de responsabilidade penal sem amparo em fundamento jurídico idôneo”, escreveu o PGR.

Gonet defendeu ainda a continuidade de uma ação contra Antonio Palocci na Justiça Eleitoral do Distrito Federal, a última decorrente da Lava Jato contra ele.

Neste caso, argumentou o procurador-geral da República, o conjunto de provas reunido é “válido e robusto” e foi reconhecido por Palocci em sua delação. Disse Gonet:

“O Ministério Público visa impedir que provas hígidas, obtidas por meio de medidas cautelares e outros procedimentos, sejam indevidamente retiradas do plano de existência jurídico, sem prévia e individualizada análise. Elas devem subsistir e compor o caderno probatório em eventuais persecuções penais deflagradas contra o peticionário, como no caso da Ação Penal Eleitoral”.

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