O procurador-geral da República, Paulo Gonet, concentrou sua apresentação da denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no braço armado da tentativa de golpe de Estado. Para ele, o plano para manter Bolsonaro no poder foi um “atentado assombroso e belicista”.

Segundo Gonet, desde 2021 estruturas das Forças Armadas, da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e da PRF (Polícia Rodoviária Federal) foram mobilizadas para a ruptura institucional. “Não é preciso esforço intelectual extraordinário para reconhecer que, quando presidente da República e depois o ministro da Defesa convocam a cúpula militar para apresentar documento de formalização de golpe de Estado, o processo criminoso já está em curso”, afirmou.

O general Paulo Sérgio Pinheiro, ex-ministro da Defesa, foi o único réu presente na primeira sessão de julgamento, na manhã desta terça-feira, 2. O processo envolve Bolsonaro e outros sete acusados, integrantes do seu governo e das Forças Armadas.

A sessão começou às 9 horas, sob forte esquema de segurança e cercada de expectativas políticas, sociais e internacionais. Gonet falou por aproximadamente uma hora e, ao encerrar, pediu a condenação dos oito réus.

Na segunda sessão, na tarde desta terça, será a vez das defesas começarem suas sustentações. O primeiro a falar será o advogado Cézar Bittencourt, que representa o delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.