Governadores da oposição pediram nesta quarta-feira, 12, ao presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que seja adiada a votação do “PL Antifacção“. A proposta, apontada como prioridade na pauta, foi alvo de críticas de chefes dos executivos estaduais, que alegam falta de debate sobre pontos sensíveis do texto. O governo também quer mais prazo para debater o relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP).

O encontro foi convocado por Motta e reuniu Cláudio Castro (PL), do Rio de Janeiro; Ronaldo Caiado (União), de Goiás; Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais; Jorginho Mello (PL), de Santa Catarina; e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP). Segundo Castro, o grupo pediu um prazo de 30 dias para que o projeto seja discutido com outros governadores, secretários de segurança e representantes do Judiciário.

“Teve um grande pedido para que esses projetos não sejam votados de maneira tão rápida. Não nos interessa aprovar uma legislação que vá parar no Senado ou ser considerada inconstitucional”, afirmou o governador do Rio. Segundo ele, o objetivo é buscar “um processo de diálogo e consenso” para que o texto “efetivamente auxilie no combate às organizações criminosas”.

Castro disse ainda que os governadores não discutiram o conteúdo do projeto, mas apresentaram a Motta as dificuldades enfrentadas pelos estados no enfrentamento às facções. “O presidente se sensibilizou com o nosso pleito e ficou de conversar com o relator e o colégio de líderes para tentar dar esse prazo de 30 dias”, completou.

No entanto, se a votação não ocorrer nos próximos dias, o projeto tende a ficar para o ano que vem. Em dezembro, a Câmara costuma se debruçar sobre a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), o que tradicionalmente esvazia o espaço para outras propostas. 

Após o encontro, Motta escreveu nas redes sociais que a Câmara manterá o diálogo sobre o tema e que “a porta do gabinete está sempre aberta para debater os assuntos de interesse do Brasil”.