Os governistas estavam prontos para apresentar um requerimento de convocação do ex-ministro Paulo Guedes na CPI mista do INSS, que apura denúncias de descontos irregulares em benefícios de aposentados e pensionistas. O argumento seria que a Previdência estava sob o guarda-chuva do ministério na época.
Porém, diante do acordo firmado entre a base e a oposição em torno de autoridades e dirigentes de entidades a serem inicialmente chamadas, os aliados do governo decidiram aguardar a evolução do cenário.
“Por ora, não vamos convocar o ex-ministro Guedes”, confirmou à coluna o coordenador da CPI mista, deputado Paulo Pimenta, do PT do Rio Grande do Sul.
“Vamos ver como será o curso dos trabalhos daqui por diante”, emendou o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, do PT do Amapá.
Pelo acordo firmado entre governistas e oposição, serão convidados, ou convocados, caso não aceitem o convite, os ex-ministros da Previdência desde 2015. Serão convocados os ex-presidentes do INSS, diretores de benefícios e presidentes de associações e sindicatos.
Restou o entendimento de que será menos provável a convocação do irmão do presidente Lula, o Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos.
Pelo acordo, os governistas conseguiram emplacar um aliado na vice-presidência do colegiado. O deputado Duarte Júnior, do PSB do Maranhão. “Fizemos hoje um acordo produtivo”, avaliou o líder do governo no Congresso. Também a conversa entre base e oposição evitou a disputa por voto para aprovação do plano de trabalho da comissão.