Entre articuladores do governo no Congresso, circulam temores de que a MP que altera a tributação de aplicações financeiras e ativos virtuais vire terreno fértil para emendas e barganhas políticas para o Centrão.
Um líder governista resumiu que, sem uma bandeira “vendável” e popular — como a isenção do Imposto de Renda e a flexibilização da CNH —, partidos do Centrão podem impor “pedágios” em troca da aprovação da MP.
O temor é que o custo dessas negociações aumente em um momento de tensão, com a base enfraquecida após o afastamento de União Brasil e PP. Como já mostrou a coluna, o agro também resiste à tributação de títulos ligados ao setor.
O relator da MP, Carlos Zarattini, do PT de São Paulo, anunciou que vai retirar do texto a tributação sobre debêntures incentivadas e manter benefícios para fundos de infraestrutura. Ele confirmou ainda a unificação da alíquota de 17,5% para aplicações financeiras, mas deixou em aberto se a taxação de LCIs e LCAs, hoje isentas, será mantida no parecer.