O presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionou os ministros a encontrarem formas de reduzir, no curtíssimo prazo, o preço dos alimentos, que, no ano passado, subiu 7,69%. A alta foi maior do que índice oficial de inflação, o IPCA, que fechou 2024 em 4,83%. Uma medida apresentada pelo setor e discutida em reunião nesta quinta-feira, 23, envolve a redução da taxa cobrada nas transações com ticket alimentação e refeição.
A taxa é descontada pelas operadoras do serviço quando os usuários passam os cartões nas maquininhas. A proposta será discutida com o presidente Lula em reunião marcada para esta sexta-feira, segundo um interlocutor oficial.
Antes de avançar com a medida, porém, os ministros que participaram das discussões hoje, querem fazer uma análise detalhada da repercussão da medida, inclusive no meio político. O tema foi debatido nesta quinta pelos ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) e Carlos Fávaro (Agricultura). Também participou o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Guilherme Melo.
O governo quer ter certeza de que uma mudança na taxa se traduzirá em redução do preço para o consumidor final - o que pode ajudar a melhorar a imagem da gestão Lula. Esse é o interesse do presidente. A cobrança dele é por medidas que a população possa sentir no bolso e, assim, entender que a melhora na vida dela é fruto de uma medida oficial.
As opções que serão estudadas miram alimentos presentes no dia a dia da grande maioria das pessoas, como feijão e arroz, além de processados e industrializados. Por ora, estão fora da lista do governo propostas que envolvam, por exemplo, o segmento de hortifrutigranjeiros e mexam no preço de hortaliças, legumes e frutas. A avaliação é que, nesse caso, a oscilação dos preços é influenciada por questões climáticas e de sazonalidade.
A inflação dos alimentos virou um problema para o governo, que tenta de diversas maneiras melhorar sua popularidade, em geral, e a do presidente Lula, em particular.