O governo federal não pretende ampliar a lista de produtos incluídos nas compras públicas criadas para mitigar os efeitos do tarifaço dos Estados Unidos. A secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, explicou que todos os gêneros agrícolas que atendiam aos critérios do governo para compras de socorro já foram contemplados. Carne e café, que poderiam ter entrado, ficaram de fora porque, segundo a pasta, não houve necessidade.
“Não tem mais ninguém para entrar na lista, nem o setor de pecuária de corte”, afirmou.
A prioridade do ministério, neste momento, está em itens mais vulneráveis ao impacto externo, como pescados, castanhas. No caso das frutas, preocupação inicial da pasta, a situação se estabilizou: a uva encontrou novos mercados e a manga continuou sendo comprada pelo mercado americano, que bancou as tarifas.
O mel também figura na lista de atenção do governo. Apenas neste ano, o país exportou mais de 22 mil toneladas do produto, com os Estados Unidos absorvendo cerca de 85% desse volume. Machiaveli adiantou que o governo estuda incluir o mel na cesta básica como opção de substituição do açúcar.
Os efeitos do tarifaço ainda tiram horas de sono de setores do governo. Do ponto de vista da gestão, a maior preocupação do governo Lula no momento pelos efeitos do tarifaço são os produtos industriais.