Dois anos depois dos ataques que vandalizaram as sedes dos Três Poderes, o governo federal e o PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preparam dois atos para o próximo dia 8, em Brasília.
O governo planeja um ato no Palácio do Planalto, com a participação do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e de todos os ministros. Devem ser convidados também os presidentes do STF, Luís Roberto Barroso, do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O governo cogita ainda chamar os dois candidatos tidos como favoritos para presidir as casas a partir de fevereiro, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) e o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
Segundo petistas, o símbolo do ato no palácio deve ser a apresentação do relógio raro, produzido no século XVII, totalmente restaurado. A peça foi trazida ao Brasil por Dom João VI. Destruída pelos invasores no 8 de janeiro de 2023, foi enviada no ano passado para a Suíça para ser restaurada.
Ao menos por ora, a ideia é que as autoridades desçam a rampa do palácio e se juntem a um movimento organizado pela sociedade civil em um abraço coletivo à Praça dos Três Poderes, em defesa da democracia. Sindicatos, partidos e organizações da sociedade civil foram convidados para esse segundo evento.
Um vídeo já está circulando nas redes para divulgar o abraço à praça. Com cenas dos atos de violência de 2023 e frases como “esquecer jamais", a peça reproduz falas de Lula e Pacheco à imprensa e termina com um coro de “sem anistia”.
Até dezembro do ano passado, o Supremo condenou 299 pessoas pelos ataques e outras 126 por incitação aos crimes. Outras 476 pessoas assinaram acordos de não-persecução penal, propostos pelo Ministério Público Federal.
Projetos que tramitam na Câmara e no Senado pela anistia perderam força depois que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras 36 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal em um inquérito que investigou a tentativa de golpe de estado.
O general Walter Braga Neto, ministro da Casa Civil de Bolsonaro e vice dele na chapa em que disputou a reeleição, em 2022, está preso em sob a acusação de tentar obstruir as investigações sobre a tentativa de golpe.